Avanço astronômico | Timelapse mostra plasma do Sol em definição sem precedentes

O Telescópio Solar Goode (GST) capturou imagens do plasma do Sol com definição sem precedentes. Os registros foram publicados em um estudo divulgado nesta terça-feira (27) na Nature Astronomy.

De acordo com os cientistas envolvidos na pesquisa, esses são os vídeos mais nítidos já obtidos da coroa solar, desde a chuva coronal em cascata até um fluxo de plasma nunca observado anteriormente. As imagens foram coloridas artificialmente para mostrar luz de hidrogênio-alfa emitida pelo plasma — a coloração mais escura representa a luz mais brilhante. 

As imagens foram obtidas graças a um inovador sistema de óptica adaptativa denominado “Cona”. A ferramenta foi instalada no telescópio operado pelo Centro de Pesquisa Solar-Terrestre (CSTR) do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, localizado no Observatório Solar de Big Bear (BBSO).


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“Esta tecnologia transformadora, que provavelmente será adotada em observatórios em todo o mundo, está prestes a remodelar a astronomia solar terrestre”, destacou Philip R. Goode, físico e coautor do estudo, em comunicado da AAAS.

Imagens da chuva coronal

Chuva coronal
Imagens da chuva coronal feitas pelo Telescópio Solar Goode (Schmidt et al./NJIT/NSO/AURA/NSF)

As imagens da chuva coronal obtidas pelos cientistas mostram delicados fios de plasma em resfriamento se movendo. Alguns desses fios têm menos de 20 quilômetros de largura.

Esse fenômeno ocorre quando o plasma mais quente da coroa solar esfria e se condensa. Em seguida, esse plasma é puxado de volta para a superfície do Sol pela gravidade. Contudo, como é eletricamente carregado, ele segue as linhas do campo magnético solar, formando um looping à medida que retorna à superfície.

Formação e colapso de plasmoide

Plasmoide
Cientistas afirmam que essa foi a primeira vez que um plasmoide foi observado (Schmidt et al./NJIT/NSO/AURA/NSF)

As imagens nítidas geradas pelo Telescópio Solar Goode também revelaram a formação e o colapso de um fluxo de plasma finamente estruturado, chamado de plasmoide. Segundo os cientistas, esta é provavelmente a primeira vez que um plasmoide é observado movimentando-se a quase 100 quilômetros por segundo.

Proeminência solar

Proeminência solar
Proeminência solar ocorrendo à esquerda do vídeo (Schmidt et al./NJIT/NSO/AURA/NSF)

Outro vídeo mostra uma proeminência solar em rápida reestruturação, revelando fluxos internos finos e bastante turbulentos. Essas proeminências são grandes anéis de plasma localizados na fotosfera, a camada visível mais interna da atmosfera solar. Formadas principalmente pelos gases hidrogênio e hélio, essas estruturas se estendem até a coroa solar.

Grande avanço na astronomia

As imagens mais detalhadas das atividades observadas no Sol abrem um novo horizonte para as pesquisas relacionadas à estrela. Os novos registros colocam os cientistas mais perto de entender por que a coroa solar emite milhões de graus a mais de calor do que a superfície solar.

As imagens mais nítidas também vão ajudar os pesquisadores a compreender as erupções de filamentos solares, bem como as ejeções de massa coronalexplosões de plasma responsáveis, entre outros efeitos, pela formação das auroras boreais.

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