Um PC precisa ter seus componentes que andem no mesmo nível para o melhor aproveitamento possível da máquina. Caso esse não seja o caso, acontece o que chamamos de gargalo. Esse fenômeno é mais comum na relação entre processadores e placas de vídeo em jogos, já que esses componentes estão em constante comunicação.
Por isso, o termo gargalo é bastante difundido no meio dos PC gamers, já que é algo até recorrente, porque nem todos os usuários conseguem equilibrar o nível dessas peças, causando bastante queda de desempenho na hora do uso.
O que é gargalo de CPU?
Antes de falarmos o que é o gargalo propriamente dito, precisamos explicar o porquê de sua existência. A placa de vídeo é dependente dos comandos do processador para que ela consiga desempenhar seu papel. Por isso, a CPU está o tempo todo enviando comandos ao componente responsável por renderizar os gráficos dos games, além de executar suas próprias tarefas.
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Com isso em mente, caso o processador seja mais fraco do que a placa de vídeo, ele não conseguirá dar conta de sua própria demanda, como computar a IA dos NPCs, física e outros efeitos, além de pedir para a GPU trabalhar para que o jogo apareça na tela.
E como sabemos esse nível entre esses componentes? Essa é uma questão mais ampla, mas entenda que CPUs de entrada não conseguem empurrar placas de vídeo intermediárias ou mais fortes, ou mesmo um Core i7 de 4ª geração não consegue levar uma GeForce RTX 4060, nem um Ryzen 5 5500 é capaz de lidar com uma GeForce RTX 5070 Ti, por exemplo.
É bastante difícil traçar uma tabela com correspondências exatas com qual processador deve estar junto de determinada placa de vídeo. Mas tendo em mente os segmentos, já ajuda a entender quais componentes escolher.
Efeitos do gargalo de CPU
Existe ainda outra causa que potencializa o gargalo de CPU, às vezes mesmo sem ele acontecer a nível de hardware. Estamos falando de otimização de software ou jogos. Virtualmente, é possível que um game não faça uso adequado da CPU e GPU, fazendo com que haja o gargalo.
Um exemplo clássico e um pouco antigo acontece em Dark Souls, em sua versão original para os consoles Xbox 360 e PS3. No mapa Blight Town, existe um inimigo que é um mosquito e ele fica patrulhando por todo o cenário de forma vertical e horizontal atrás do jogador.
A otimização da IA desse inimigo era tão ruim que sobrecarregava o processador, que não conseguia desempenhar seu papel nem dar os comandos para a placa de vídeo, gerando quedas nos FPS.
O gargalo de CPU pode atrapalhar bastante a experiência do PC gamerl. O maior sintoma é a queda na taxa de quadros por segundo, além de travadas em curtos espaços de tempo porque o processador está mais ocupado do que deveria.
Como identificar um gargalo de CPU
Visualmente e na percepção do PC gamer, o gargalo de CPU pode ser sentido e visto com as engasgadas ocasionais durante a gameplay, além de queda de FPS. Mas é possível entender o fenômeno acontecendo ao monitorar o uso de hardware, algo que ajuda no entendimento dessa situação.
Com o MSI Afterburner, ou qualquer outro software que faça algo parecido, é possível ver o uso do processador em porcentagem, além da taxa de FPS. Essas métricas são essenciais para nos mostrar se existe gargalo ou não na CPU.

Na hora do jogo, caso a porcentagem do uso de CPU esteja no máximo (100%) e o da placa de vídeo menor, em 70%, por exemplo, é um indicativo de que o gargalo de CPU está acontecendo. A GPU foi feita para operar em seu potencial total em jogos. A única exceção acontece quando ligamos o V-Sync e a taxa de atualização do monitor é baixa, limitando o chip gráfico e derrubando seu uso, de acordo com seu nível.
Dependendo do jogo e da capacidade da CPU, esse componente precisa funcionar com uso consideravelmente menor que da placa de vídeo. Por isso, o contrário disso é gargalo de CPU. O interessante é que o oposto pode acontecer, mas não configura gargalo. É possível ter um processador bem forte e uma GPU mais fraca. Você simplesmente não terá altas taxas de FPS porque a GPU não é capaz de entregar.
Conclusão
O gargalo de CPU é mais pontual nesse cenário de games, principalmente em títulos que exigem mais desse componente (CPU bound). Por isso existe a necessidade de ficar de olho no nível de uso dessa peça em relação à placa de vídeo. Um AMD Ryzen 5 ou Intel Core i5 conseguem levar qualquer GPU de entrada, mas eles não conseguem lidar com uma RTX 4090 ou Radeon RX 7900 XTX, por exemplo.
Além desses dois componentes bastante importantes para jogos, é bom também ficar de olho no restante. É possível ter grandes gargalos ainda com HDDs mecânicos ou ainda somente com 8 GB de memória RAM com os jogos cada vez mais exigentes. Por isso, o ideal é sempre começar com 16 GB e SSD SATA, pelo menos.
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