Vale a pena comprar um carro elétrico usado?

Comprar um carro eletrificado, seja ele 100% elétrico ou com motorização híbrida, é uma tendência que vem crescendo a cada dia, dentro e fora do Brasil. No que diz respeito a esse tipo de veículo usado, porém, ainda pairam algumas dúvidas.

Como o setor começou a ganhar corpo há cerca de cinco anos, embora o surgimento do 1º carro elétrico do mundo seja bem mais antigo, questionamentos sobre durabilidade da bateria, perda da autonomia e durabilidade dos componentes são comuns.

A “pergunta do milhão”, porém, é direta e reta: vale a pena comprar um carro elétrico usado? Para responder a essa questão, o CT Auto ouviu dois especialistas no assunto: Cassio Pagliarini, cofundador da Bright Consulting; e Marcos Nogueira, diretor de operações e fundador da GreenV, empresa especializada em eletromobilidade.


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Confira qual foi a resposta dos experts e, também, as dicas que eles passaram para você, canaltecher, não ter dores de cabeça depois de comprar e levar para casa um carro elétrico usado.

Comprar um carro elétrico usado vale a pena? Veja quais cuidados tomar (Imagem: Ross Helen/Envato/CC)

Carro elétrico usado: pontos de atenção

De acordo com os especialistas ouvidos pelo CT Auto, a compra de um carro elétrico usado demanda de certos cuidados. A dupla frisou que há uma “trinca de conselhos de ouro” para fechar a compra sem medo.

  1. Estado da bateria: “Precisa ver com cuidado se a bateria sofreu algum impacto, se está torta ou tem calombo”, comentou Pagliarini.
  2. “Saúde” da bateria: “Com a bateria 100% carregada verifique a autonomia no painel e compare com a divulgada pela montadora”, aconselhou Nogueira. “Tem que olhar no painel de veículo o diagnóstico da bateria, se ela está carregando”, complementou Pagliarini.
  3. Olho na garantia: “O ideal é que o carro ainda esteja na garantia de fábrica, que normalmente é de 8 anos para a bateria. Vale passar na concessionária e ver se as revisões foram feitas corretamente”, concluiu o especialista da Bright Consulting.
Degradação da bateria é um dos pontos de atenção na hora de comprar um carro elétrico usado (Imagem: Paulo Amaral/Canaltech)

Elétrico usado: vale ou não a pena comprar?

Depois de tomar nota dos três “conselhos de ouro” na hora de comprar um  carro elétrico usado, chegou a hora de ouvir dos especialistas a resposta definitiva. Afinal: vale ou não a pena investir em um veículo desse segmento que não seja 0km?

“Carro usado é uma condição muito específica. Se o carro foi bem utilizado, carregado de acordo com as normas do fabricante, não está se aproximando dos oito anos. Depende da idade, depende da condição e depende do preço. Hoje eu compraria um carro elétrico com quatro, cinco anos de uso, se tivesse um preço bem favorável, se a garantia estivesse válida e se eu pudesse comprovar que não há nenhum impacto, nenhum arranhão, nenhum rasgo na bateria”, resumiu Paglliarini.

Para Nogueira, os cuidados na hora de comprar um carro usado podem até ser mais importantes, mas, passada a desconfiança inicial, e feitas as verificações necessárias, o negócio será bem vantajoso.

Escolher o tipo certo de conector é importante na hora de comprar um carro elétrico (Imagem: Paulo Amaral/Canaltech)

“De fato existe uma grande desconfiança quando o assunto é a revenda de um elétrico, e o consumidor tem muitas dúvidas se realmente é um bom negócio, mas os carros elétricos são incríveis e existem muitas oportunidades de o consumidor comprar um carro moderno por um preço às vezes até mais atrativo que um modelo da mesma categoria a combustão”.

Palavra de dono

Proprietário de um carro elétrico, Marcos Nogueira também deu um conselho extra, importante não apenas para quem está procurando por um modelo no mercado de seminovos, mas também entre os muitos lançamentos 0km: verificar o tipo de conector antes de fechar a compra.

“O mais comum no Brasil é o plugue do Tipo 2, modo europeu, porém temos veículos rodando com Tipo 1 e GBT. Isso pode gerar problemas em locais públicos de carregamento, pois mais de 90% da frota é do tipo 2, e os pontos públicos também são do tipo 2”, concluiu o executivo da GreenV.

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